E Assim Nasceu O meu Bébé...Em Tempo de Greve

Não foi um parto complicado. Foi tudo mais ou menos combinado com a minha obstetra.O grande dia seria dia 20 de Maio de 2004. Pela manhã tomei um comprimido daqueles, e fui andar para Lisboa, acompanhada pela minha mãe. Por volta do meio dia, comecei a sentir umas dores muito leves, mas nada de significante, no entanto, já me começava a cansar com alguma facilidade. O acordado com a minha médica, que só entrava nas urgências às 20H, seria eu dirigir-me às mesmas um pouco mais cedo, dizer que já estava com muitas dores , colocavam-me numa maca, e quando ela chegasse tomava conta de mim. Assim foi, às 16H, já com dores um pouco mais fortes, mas perfeitamente suportáveis, dirigi-me às urgências da MAC.Levava uma carta de recomendação para a equipa que estava no turno. Uma doutoura do mais bruto que já vi responde-me: "Se quiser pode cá ficar, mas aviso que por causa da greve , não há epidurais, se quiser anestesia dirija-se a outra maternidade".. Entrei em pânico e liguei para minha doutora que me aconselhou a esperar até que ela chegasse, caso aguentasse.Como as dores não eram assim tantas,aguardei.
Às 20H. dirigi-me novamente às urgências, às 22H a minha médica vem-me buscar e numa sala, quase sem eu dar conta, rebenta-me as águas. Aproximadamente 10m. depois começo a sentir umas dores de morte,levam-me para uma salinha, onde eu berrava como uma louca.Quando a dor diminuia eu dizia: "Eu não costumo ser assim, isto são as dores". Dilatação: 3 dedos, contracções de 9 dedos. Optam por Cesariana.

Ao entrar para a sala de operações, um membro da equipa de anestesia diz: Já não é suposto fazermos mais nenhuma!!!" responde a minha médica:"Fico-te a dever esta".
Para conseguirem a Epidural, picaram-me 5 vezes( eu não parava quieta, as dores eram alucinantes), quando o conseguiram senti um Alívio e uma Paz.
Às 11h 58m, nascia o meu Birrinhas, um pequeno Tourinho.